terça-feira, 26 de julho de 2011


A Professora Amanda Gurgel está quase só nesta empreitada de emprestar sua voz a uma causa tão nobre, que é a de abrir os olhos da sociedade para um problema que só se agrava. A grande maioria dos educadores, Professores e demais profissionais da educação e da escola pública, acometidos de uma síndrome da desistência, já não se incluem nesta tarefa de reagir ao descaso e abandono por que passa a profissão do magistério. O movimento de lutas sindicais da área educacional, que deveriam estar ativamente exercendo o papel de mobilização e defesa social da educação, em alguns cenários, fazem a vez de correia de transmissão do discurso governamental de que está investindo na educação e melhorando a escola pública... Tal propaganda panfletária em nada ajuda ao debate e a busca de soluções para tantos problemas acumulados, onde os Professores são vítimas em potencial.
A Professora Amanda, mostrou, sem se amesquinhar, nem ser coitadinha, o quanto ganha um Professor/Professora no nosso país, revelando a discrepância de uma política salarial desigual entre servidores públicos, que por estarem divididos entre as regras estabelecidas nos níveis federal, estadual e municipal, é geradora da desvalorização profissional entre as categorias. A regra básica de: a cada um segundo a sua necessidade e, de cada um, segundo a sua capacidade, é uma utopia no mundo capitalista.
Sobre o salário de R$ 930 revelado pela professora Amanda, a secretária disse que é uma luta da categoria que se arrasta há muitos anos. "Podemos dizer que o salário dela está acima do piso nacional para 30 horas, que é de R$ 890. É preciso construir uma carreira docente que coloque professores no mesmo pé de igualdade dos demais profissionais. Mas isto é uma trajetória longa."
Educação é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem. Karl Kraus